Fazendeiro de Lavras
Botas marrons. Chapéu. Cinto. Camisa xadrez. Um cavalo e o cavaleiro.
Cheiro de mato,fazenda,leite de vaca. Alguns animais como sapo,boi e
pato. Muita lama. E um riacho.
Alguns maços de cigarro e pinta de
garoto mau. Bebida,sorriso malandro,olhos cor de mel e pele lisa. Talvez
apenas um moleque,ou um grande homem.
E lá se vai ele,embora para a sua
terra,tocar o seu berrante e chamar o gado pra dormir. Lá se foi ele,em
um misto de cores no céu,em meio a um turbilhão de emoções,partindo
pra sua cidade. Voltando pra sua rotina. Fazendeiro.
A garota deita
em seu travesseiro e imagina aquele cara que conheceu. Talvez só mais um
viajante,digno de passagem em seu coração.
E embora a proximidade de
suas cidades,o futuro é tão incerto quanto a plantação na roça.
Cana
brava,jeito travesso e sotaque de palpitar. O que resta são as
lembranças de um dia em seu peito,ela ter a chance de deitar.
Até um dia peão de boiadeiro! Nessas rodas de viola dessa vida,ao sol
nascente,encontre-a ou a deixe te encontrar.
-Samira Sade
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